Esta segunda-feira arrancam as candidaturas ao ensino Superior. Este ano, há 52 298 vagas - menos 1202 do que em 2011. Os cursos de Educação sofrem um corte de 20%. As engenharias oferecem um quarto das vagas.
Só em cursos de Informática, há 3390 vagas - é das maiores ofertas disponibilizadas, juntamente com Gestão (2223), Enfermagem (1993), Direito (1342) e Medicina (1321).
No despacho de fixação das vagas, publicado em junho, é recomendado às instituições a aposta nos cursos de Matemática, Engenharias, Informática e Ciências. Mas a primeira, fica-se pelas 354 vagas, bem longe das 12 387 vagas nos diversos cursos ligados a engenharias e que representam 23,7% do total de lugares disponibilizados.
No total, este ano há 52 298 vagas - menos 1202 do que em 2011. O despacho já previa o congelamento de lugares, exceto quando as instituições comprovam a empregabilidade dos cursos. No comunicado enviado às redações, o Ministério da Educação e Ciência defende que a redução (2,2%) "é inferior ao número de vagas" que sobrou em 2011, após a terceira fase de de colocações: 7884 (14,7%). A Universidade do Algarve é a que perde mais vagas em relação a 2011 - 199. No ensino politécnico, é o Instituto do Cávado e Ave (menos 220 lugares).
A primeira fase vai decorrer até 10 de agosto e, à semelhança do ano passado, os alunos só podem candidatar-se via online.
Para o presidente da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, o corte não é significativo. "Há efetivamente vagas que nunca são preenchidas, mais no privado do que no público e mais no politécnico do que no universitário. Mas também não há vantagem em reduzir", frisa Alberto Amaral ao JN, defendendo que a rede deve antes ser racionalizada através dos cursos com poucos alunos inscritos e baixa taxa de empregabilidade.
"Decisão empírica"
O corte de 20% nos cursos de Educação consta do despacho de fixação das vagas. Das 1.426 vagas de 2011, são este ano disponibilizadas 1.182. Para o secretário-geral da Federação Nacional de Professores, a medida visa claramente reduzir o número de docentes nas escolas e centros de emprego. No entanto, é "uma decisão empírica, não fundamentada em nenhum estudo", diz Mário Nogueira. Porque se é certo que haverá menos alunos com a quebra da taxa de natalidade, haverá mais nas escolas com o alargamento da escolaridade obrigatória.
De acordo com o INE, o desemprego docente subiu 120% no último ano. Em média, saem diariamente do país dez enfermeiros. Aos alunos são disponibilizadas 1993 vagas em cursos de enfermagem - menos 6 do que em 2011.
fonte:http://www.jn.pt/